Japonesa recebe primeiro implante de células humanas
reprogramadas
Cirurgia aconteceu nesta sexta-feira, em
hospital da cidade de Kobe.
Células iPS são consideradas como a nova geração de células-tronco.
Células iPS são consideradas como a nova geração de células-tronco.
Imagem divulgada pelo Instituto Riken mostra material
preparado a partir de células iPS que foi usado em cirurgia realizada nesta
sexta-feira (Foto: Riken/Jiji Press/AFP)
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Uma equipe de
pesquisadores japoneses realizou nesta sexta-feira (12) a primeira intervenção
cirúrgica mundial com células pluripotentes induzidas (iPS) humanas –
consideradas a nova geração de células-tronco – para tratar uma doença ocular
que pode causar cegueira.
A cirurgia, que
durou duas horas, faz parte dos primeiros testes clínicos globais em seres
humanos com esta técnica de medicina regenerativa.
A paciente é uma
mulher de 70 anos, explicou a equipe médica da Fundação para a Investigação
Biomédica e Inovação (Ibri) de Kobe, associada a Masayo Takahashi, diretora do
Instituto Público Riken. O objetivo deste primeiro procedimento é verificar sua
segurança e tentar melhorar o estado de saúde da paciente. O Ministério da
Saúde japonês aprovou há um ano o projeto-piloto proposto por Ibri eRiken.
Segundo os
cientistas, o procedimento desta sexta-feira consiste em tratar uma variante da
degeneração macular associada à idade (DMLA), que é a principal causa da
cegueira em pessoas com mais de 55 anos nos países industrializados. Para
conseguir isso, os cientistas criaram células da retina da paciente a partir de
células iPS e as implementaram.
Em 2012, o
pesquisador japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gurdon receberam o
Prêmio Nobel de Medicina pela criação de um método que permite reprogramar
células adultas em células-tronco.
Entenda
o que são as células iPS
Na natureza, após a fecundação, o óvulo se divide e rapidamente aparecem as células que dão origem a todos os tecidos do corpo. São as células-tronco embrionárias pluripotentes que têm a capacidade para gerar todos os tipos de células.
Porém, com o
desenvolvimento do embrião, as células se especializam e perdem a capacidade de
se transformar em células com diferentes funções (células nervosas, cardíacas e
etc).
Os cientistas
descobriram que era possível reprogramar uma célula adulta para fazê-la
recuperar as características de uma célula-tronco embrionária. Assim, com a
tecnologia iPS é possível obter praticamente qualquer tipo de célula do corpo.
Essas células
apresentam vantagens semelhantes às das células-tronco embrionárias, mas não
envolvem o problema ético relacionado com a necessidade de manipular embriões.
As iPS podem ser
uma fonte de células para fazer tudo, por exemplo, testar novas drogas ou
estudar doenças.Para a terapia celular experimental, elas não levam o risco
inicial de rejeição por parte do corpo, porque vêm do próprio paciente. Mas
ainda há um longo caminho a percorrer antes de assegurar a sua total segurança.
Fonte: G1 Globo
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